Caças F-39 Gripen serão usados no maior exercício de guerra da América Latina em Natal — Foto: Inter TV Cabugi
O exercício militar Cruzex 2024, realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) em Natal, no Rio Grande do Norte, é um evento grandioso, reunindo forças de 16 países e mais de 100 aeronaves em simulações de guerra que cobrem uma extensa área de atuação. Apesar da distância de cerca de 280 km entre Santa Luzia, na Paraíba (cidade onde moro), e a Base Aérea de Natal, onde o evento está sendo sediado, o impacto do treinamento ainda é sentido nas regiões vizinhas, onde o som dos caças e suas manobras percorrem o céu.
Um exemplo disso foi registrado recentemente na zona rural de Serra Negra do Norte, onde a passagem de um caça em alta velocidade chegou a destelhar parcialmente uma casa. Esse evento trouxe à tona uma realidade momentânea para quem não está acostumado com o impacto que a passagem de uma aeronave militar pode causar. Mas o que sentimos brevemente é, para muitos, uma experiência diária que acompanha a vida daqueles que residem em regiões de conflito real.
Um Vislumbre da Realidade para Quem Vive em Zonas de Guerra
Para nós, o ruído de um caça ou o tremor de uma janela são um fenômeno raro e até curioso. No entanto, para populações que vivem em áreas afetadas por conflitos armados, esses sons e tremores são parte constante do cotidiano. Cada sobrevoo é uma ameaça, e cada estrondo é um lembrete da instabilidade. Casas destelhadas, janelas quebradas e famílias em constante estado de alerta são parte da vida diária dessas pessoas.
Enquanto por aqui essa movimentação passa rapidamente, as pessoas até comemoram, em zonas de guerra, as consequências vão muito além: são cidades destruídas, famílias desabrigadas e vidas ceifadas. O que para nós é um incômodo ou um divertimento breve, para milhões de pessoas é uma realidade sem escapatória.
Uma Reflexão Necessária
A experiência em nossa região nos dá uma oportunidade de refletir sobre a vida daquelas pessoas que vivem em um estado de alerta permanente. Eles convivem não só com o medo do próximo estrondo, mas com a perda constante de segurança e estabilidade. É uma vida onde o ruído de um avião pode ser a diferença entre a tranquilidade e o caos.
Os exercícios militares, como o Cruzex 2024, reforçam a importância de estarmos preparados e de mantermos a paz. Mas eles também nos fazem lembrar do sofrimento alheio e da fragilidade da vida nas áreas de conflito. É um chamado para a empatia, para que valorizemos a paz e para que possamos, de alguma forma, apoiar aqueles que vivem sob a sombra da guerra.
Que possamos ver, nesses treinos e preparações, uma oportunidade de refletir e desejar um mundo onde todos, em qualquer lugar, possam desfrutar da paz e da segurança que, aqui, temos como garantidas.
Henrique Melo - Rede Sertão PB
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