O episódio envolvendo o Padre Antônio Furtado, membro da Comunidade Católica Shalom de Fortaleza, e que é natural de Bonito de Santa Fé, Paraíba está relacionado à história do Papai Noel, quando o religioso fez uma polêmica declaração sobre o personagem, sugerindo que ele não deveria ser celebrado, pois não teria origem cristã e desvirtuaria o verdadeiro significado do Natal. Essa posição gerou um debate sobre a figura de Papai Noel, que é amplamente associada ao consumismo e à figura mítica de um bom velhinho que distribui presentes. No entanto, a história de Papai Noel tem raízes em São Nicolau, um bispo cristão do século IV, que ficou conhecido por sua generosidade e bondade. A discussão sobre o Papai Noel e sua relação com o Natal, portanto, toca em questões sobre a tradição, a fé e a comercialização das festas, refletindo as diferentes perspectivas sobre como se deve celebrar o Natal.
Irei aqui falar de duas comemorações que, de certa forma, estão relacionadas a igreja.
As celebrações de Natal e Carnaval (apenas para citar duas delas, existem outras), ocupam lugares de destaque no calendário das festividades populares, sendo vivenciadas por milhões de pessoas ao redor do mundo. Contudo, além de sua exuberância e alegria, essas festas carregam consigo uma história complexa, cheia de transformações culturais, influências religiosas e comerciais. Ambas as celebrações, que muitas vezes são associadas a momentos de união e fraternidade, também enfrentam críticas por sua transformação em eventos consumistas, distantes de seus significados originais.
Esta matéria busca analisar criticamente as origens e os significados do Papai Noel e do Carnaval, explorando suas raízes históricas, as influências de diferentes culturas e os impactos da comercialização desses eventos.
Através de uma reflexão sobre as práticas religiosas, o comércio e as contradições presentes nessas celebrações, o objetivo é questionar a verdadeira essência dessas festas e propor uma visão mais profunda sobre seu impacto social.
A Origem do Papai Noel
São Nicolau de Mira: A Figura Histórica e Sua Transformação em Símbolo do Natal
A figura de Papai Noel, que hoje é associada ao Natal, tem suas raízes na figura histórica de São Nicolau de Mira, um bispo cristão do século IV, nascido na cidade de Patara, na atual Turquia. São Nicolau era conhecido por sua generosidade e por realizar atos de caridade, especialmente para com as crianças e os pobres. Uma das histórias mais famosas de São Nicolau envolve o auxílio financeiro para três meninas pobres, permitindo que elas se casassem, evitando assim a prostituição.
Sem o dote, as meninas estavam destinadas a uma vida de pobreza e possivelmente de escravidão, Nicolau,
ouvindo falar de sua situação, jogou secretamente três bolsas de ouro
pela janela da casa do homem – uma para cada filha, que caíram nas meias
das meninas, penduradas na lareira para secar.
Um exemplo semelhante em Santa Luzia-PB
No nosso contexto, referindo-se aqui a Santa Luzia, na Paraíba, destaco uma passagem citada no livro "A Ribeira do Sabugy e suas histórias 1701 - 1961" - de José Dantas Neto, uma história semelhante a essa de São Nicolau, no que se refere a criação da "Casa de Caridade" pelo Padre Ibiapina, em Santa Luzia-PB, tendo, de certa forma, o mesmo intuito do qual teve São Nicolau.
Continuando
A tradição de São Nicolau, especialmente no que diz respeito à entrega de presentes, se espalhou por toda a Europa ao longo dos séculos, especialmente nas regiões do norte, onde ele era celebrado no dia 6 de dezembro, data de sua festa. Com o tempo, a figura de São Nicolau foi associada ao Natal, uma data cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo, e começou a ser vista como o bom velhinho que trazia presentes para as crianças.
Influências Germânicas: Odin e o Yule
A evolução da figura do Papai Noel não se deu de forma isolada. Ao longo dos séculos, as tradições pagãs, como as celebrações do Yule, influenciaram a construção da imagem do bom velhinho. O Yule era uma festa pagã celebrada pelos povos germânicos e nórdicos durante o solstício de inverno, e estava associada à fertilidade, ao renascimento da luz e à renovação da vida. Durante o Yule, Odin, uma das principais divindades nórdicas, era descrito como um velho sábio que viajava pelo céu em um cavalo de oito patas, trazendo presentes para as crianças. Essa imagem de um homem idoso e generoso, que viajava durante o inverno, se mesclou com a tradição de São Nicolau, contribuindo para a formação da figura moderna do Papai Noel.
Odin
Odin, o deus principal da mitologia nórdica, é conhecido como o "Pai de Todos" e "O Enviado do Senhor da Guerra". Ele é o símbolo da sabedoria, da guerra, da morte, da magia, da caça e da poesia.
Odin é um personagem complexo e enigmático, filho de Borr e Bestla e irmão de Vé e Villi. Ele é pai de muitos deuses, incluindo Thor, Balder, Vidar, Vali, Hoder, Njord, Herod, Bragi, Tyr e Heimdall.
Odin é frequentemente representado como um velho de barbas brancas, embora possa assumir qualquer forma que desejar. Ele reside no palácio Valaskjálf, em uma torre alta onde está seu trono mágico, Hlidskialf, de onde pode observar os nove mundos.
Odin é amplamente conhecido por adquirir diversos poderes ao longo de sua trajetória, destacando-se por feitos notáveis como:
- Ferir-se com uma lança e permanecer pendurado na árvore Yggdrasil para desvendar os segredos das runas.
- Beber da água da fonte do conhecimento, obtendo assim sabedoria incomparável.
- Montar Sleipnir, um cavalo de oito patas capaz de voar e correr tanto no ar quanto na terra.
Além de sua importância mitológica, Odin também figura como o principal antagonista no jogo God of War: Ragnarok.
A Coca-Cola e a Popularização da Imagem Moderna do Papai Noel
Foi no século XX, no entanto, que a imagem do Papai Noel, como conhecemos hoje, se consolidou de forma global. Em 1931, a Coca-Cola, em uma campanha publicitária, criou uma versão moderna de Papai Noel, utilizando o ilustrador Haddon Sundblom para pintar uma série de anúncios. Esses anúncios retratavam um Papai Noel alegre, gordo e vestido com roupas vermelhas e brancas, características que se tornaram a representação predominante dessa figura. A Coca-Cola buscava associar sua marca ao espírito festivo do Natal, e a imagem de um Papai Noel acolhedor e generoso se espalhou rapidamente pelo mundo, tornando-se a face do Natal para milhões de pessoas.
Crítica ao Consumismo: O Poema de Aldemar Paiva como Denúncia Social
O poema de Aldemar Paiva, "Eu não gosto de você, Papai Noel", oferece uma crítica contundente ao papel do Papai Noel na sociedade contemporânea. Paiva denuncia como a figura do bom velhinho foi apropriada pelo consumismo e transformada em um símbolo de ilusão, afastando-se do verdadeiro espírito de solidariedade e generosidade que deveria caracterizar o Natal. No poema, o autor relata a experiência de um menino que, em sua infância, acreditava na magia do Natal e do Papai Noel, mas logo foi confrontado com a realidade da pobreza e da desigualdade social.
A história do pai que se sacrifica para comprar um presente para seu filho, e a desilusão do menino ao perceber que o presente não foi dado por Papai Noel, mas por um pai pobre e humilde, reflete a dura realidade de muitas famílias. O poema denuncia a exploração do Natal pelo comércio, que transformou a data em um evento consumista, desprovido de seu verdadeiro significado.
O Carnaval: Das Raízes Pagãs à Festa Popular
Raízes Pagãs: Saturnais, Lupercais e a Celebração da Fertilidade
Assim como o comércio se aproveitou do Papai Noel para fins de lucratividade, a igreja também se aproveitou das festividades pagãs para garantir seu domínio, bem como, lucrar financeiramente com isso.
O Carnaval, assim como o Natal, tem suas origens em tradições muito antigas, com raízes em celebrações pagãs. As Saturnais, festas realizadas em honra ao deus Saturno na Roma Antiga, são um dos principais antecedentes do Carnaval. Durante as Saturnais, a ordem social era invertida, os escravos podiam se comportar como senhores e havia muita comida, bebida e festa. Essas festas eram marcadas pela liberação dos costumes, pela liberdade e pela celebração da fertilidade.
Além das Saturnais, as Lupercais, rituais de purificação e fertilidade realizados na Roma Antiga, também influenciaram as tradições carnavalescas. O Carnaval, com suas máscaras, fantasias e danças, carrega vestígios dessas antigas celebrações de libertação e renovação.
Adaptação pela Igreja Católica: O Carnaval como Preparação para a Quaresma
Com a ascensão do cristianismo, a Igreja Católica procurou adaptar as festas pagãs ao calendário cristão. O Carnaval passou a ser visto como uma espécie de preparação para a Quaresma, período de jejum e penitência. O período de festas que antecede a Quaresma era uma oportunidade para os cristãos se entregarem à diversão e ao prazer antes do tempo de abstinência e reflexão.
Aspectos Culturais e Sociais: Máscaras, Desfiles e a Busca pela Identidade
O Carnaval, ao longo dos séculos, foi se transformando em uma festa popular, com características próprias em diferentes países e culturas. No Brasil, por exemplo, o Carnaval se tornou uma celebração de identidade cultural, com desfiles de escolas de samba, blocos de rua e uma explosão de cores e sons. As máscaras, que inicialmente eram usadas para esconder a identidade e permitir a liberdade de expressão, tornaram-se um símbolo de resistência e de afirmação da identidade popular.
A Apropriação Comercial: O Carnaval como Espetáculo e Negócio
Nos últimos anos, o Carnaval também passou a ser fortemente influenciado pelo comércio. O espetáculo, que antes era uma celebração popular e comunitária, tornou-se um grande negócio, com patrocinadores, artistas e grandes empresas envolvidas. As escolas de samba, os blocos e as festas privadas se tornaram eventos de alto custo, muitas vezes distantes da realidade das pessoas que, originalmente, tornaram o Carnaval uma festa popular e acessível.
O São João, uma festa religiosa, o nome já diz, também seguiu o mesmo intuito, mas, esse é um tema para outra matéria.
Aqui falo em especial do Natal e do Carnaval porque estão associados ao nascimento e morte de Jesus Cristo.
A Quaresma está relacionada à preparação para a morte e ressurreição de Jesus Cristo, que são celebradas na Semana Santa e culminam na Páscoa. A Quaresma é um período de reflexão e penitência que simboliza os 40 dias que Jesus passou em jejum no deserto, enfrentando tentações.
Religião, Comércio e Contradições
A Igreja e o Comércio: Uma Análise Histórica da Relação entre Religião e Economia
Tanto o Natal quanto o Carnaval são festas que, ao longo do tempo, foram apropriadas pelo comércio, mas também pela Igreja. A relação entre a religião e a economia sempre foi complexa. A Igreja, ao longo da história, teve papel fundamental na organização e na adaptação das festas, mas também se beneficiou da comercialização dessas celebrações. O Natal, por exemplo, tornou-se uma data de vendas massivas, com presentes, decorações e produtos específicos para a data.
O Caso do Padre Antônio Furtado: A Crítica à Comercialização do Natal
O padre Antônio Furtado (de Fortaleza-CE), em suas declarações sobre o Natal, levantou uma importante crítica à comercialização da data. Para ele, o Natal, que deveria ser um momento de reflexão sobre a mensagem de Jesus Cristo, foi transformado em um evento de consumo, onde o verdadeiro significado se perde. A crítica do Padre Antônio Furtado reflete uma crescente preocupação com a transformação das festas religiosas em eventos comerciais, em que o lucro e o consumismo se sobrepõem ao espírito original das celebrações.
Quem é o Padre Antônio Furtado?
Natural de Bonito de Santa Fé, na Paraíba, mas ordenado no
Ceará há 20 anos, padre Antônio é conhecido por missas de Cura e pela
disseminação da devoção da Divina Misericórdia e aos Santos Arcanjos.
Iniciou a formação acadêmica na cidade natal, Bonito de
Santa Fé, e, aos 13 anos, tornou-se seminarista no Seminário Diocesano Nossa
Senhora da Assunção em Cajazeiras (PB).
Graduou-se em Filosofia na Faculdade de Filosofia do
Seminário Maior da Arquidiocese de Maceió (AL), em 1987, onde conheceu o
fundador da Comunidade Shalom, Moyses Azevedo.
Em 1999, foi para Roma, onde formou-se bacharel em Teologia
pela Pontifícia Universidade Angelicum. Em 2003, foi ordenado diácono pelo
arcebispo emérito Dom José Antônio Aparecido Tosi Marques. No ano seguinte, foi
ordenado padre na Catedral Metropolitana de Fortaleza.
Fonte: Diário do Nordeste
A Passagem Bíblica sobre os Comerciantes no Templo: Um Paralelo com a Situação Atual
A passagem bíblica sobre Jesus expulsando os comerciantes do templo (Mateus 21:12-13) é um exemplo claro de como a exploração comercial pode ser vista como uma violação dos princípios espirituais. Hoje, o comércio no Natal e no Carnaval, ao invés de ser um meio de promover a fraternidade e a solidariedade, muitas vezes se torna uma forma de exploração e alienação.
Reflexões sobre o Poema de Aldemar Paiva
Análise do Poema: A Crítica Social, a Desigualdade e a Esperança
O poema de Aldemar Paiva é uma poderosa denúncia das desigualdades sociais e da ilusão criada pelo consumismo, especialmente em relação ao Natal. Aldemar Paiva usa a história do menino e seu pai para mostrar como a pobreza e a falta de recursos são realidade para muitos, enquanto a sociedade celebra o Natal como uma festa de presentes e consumo. O poema também traz uma mensagem de esperança, ao mostrar o sacrifício do pai e a luta pela dignidade.
A História do Pai e do Filho: Uma Metáfora da Luta por Dignidade
A história do pai que sacrifica tudo para dar um presente ao filho, e a dor do menino ao perceber que o presente não veio de Papai Noel, mas de um pai que se sacrificou para "comprá-lo" ou adquiri-lo, é uma metáfora poderosa da luta por dignidade e da esperança em tempos de adversidade.
"Eu não gosto de você, Papai Noel! - Aldemar Paiva
"Eu não gosto de você, Papai Noel!
Também não gosto desse seu papel
de vender ilusões à burguesia.
Se os garotos humildes da cidade
soubessem do seu ódio à humildade,
jogavam pedra nessa fantasia.
Você talvez nem se recorde mais.
Cresci depressa, me tornei rapaz,
sem esquecer, no entanto, o que passou.
Fiz-lhe um bilhete, pedindo um presente
e a noite inteira eu esperei, contente.
Chegou o sol e você não chegou.
Dias depois, meu pobre pai, cansado,
trouxe um trenzinho feio, empoeirado,
que me entregou com certa excitação.
Fechou os olhos e balbuciou:
“É pra você, Papai Noel mandou”.
E se esquivou, contendo a emoção.
Alegre e inocente nesse caso,
eu pensei que meu bilhete com atraso,
chegara às suas mãos, no fim do mês.
Limpei o trem, dei corda,
ele partiu dando muitas voltas,
meu pai me sorriu e me abraçou pela última vez.
O resto eu só pude compreender quando cresci
e comecei a ver todas as coisas com realidade.
Meu pai chegou um dia e disse, a seco:
“Onde é que está aquele seu brinquedo?
Eu vou trocar por outro, na cidade”.
Dei-lhe o trenzinho, quase a soluçar
e como quem não quer abandonar
um mimo que nos deu, quem nos quer bem,
disse medroso: “O senhor vai trocar ele?
Eu não quero outro brinquedo, eu quero aquele.
E por favor, não vá levar meu trem”.
Meu pai calou-se e pelo rosto veio
descendo um pranto que, eu ainda creio,
tanto e tão santo, só Jesus chorou!
Bateu a porta com muito ruído,
mamãe gritou ele não deu ouvidos,
saiu correndo e nunca mais voltou.
Você, Papai Noel, me transformou num homem
que a infância arruinou, sem pai e sem brinquedos.
Afinal, dos seus presentes, não há um que sobre
para a riqueza do menino pobre
que sonha o ano inteiro com o Natal.
Meu pobre pai doente, mal vestido,
para não me ver assim desiludido,
comprou por qualquer preço uma ilusão,
e num gesto nobre, humano e decisivo,
foi longe pra trazer-me um lenitivo,
roubando o trem do filho do patrão.
Pensei que viajara,
no entanto depois de grande,
minha mãe, em prantos,
contou-me que fôra preso
e como réu, ninguém a absolvê-lo se atrevia.
Foi definhando, até que Deus, um dia,
entrou na cela e o libertou pro céu."
Conclusão: Reflexões sobre o Legado e o Futuro das Festas Populares
O legado das celebrações de Natal e Carnaval é complexo, marcado por uma interação entre tradições religiosas, culturais e comerciais. Ambas as festas, que surgiram com significados profundos de solidariedade, renovação e celebração comunitária, passaram por transformações ao longo dos séculos. No entanto, em muitos casos, essa evolução resultou em uma perda do seu propósito original, sendo substituída por uma abordagem consumista e mercadológica que muitas vezes desvia a atenção do verdadeiro espírito de fraternidade e partilha.
O Papai Noel, símbolo do Natal, que surgiu da figura histórica de São Nicolau, foi progressivamente moldado por influências culturais e comerciais, especialmente no século XX, com a popularização da imagem moderna através da Coca-Cola. A crítica ao consumismo, como expressa no poema de Aldemar Paiva, é um reflexo da desilusão de muitos diante da superficialidade que tomou conta da data, em detrimento de seu significado mais profundo de generosidade e amor ao próximo.
O Carnaval, com suas raízes pagãs e influências de celebrações de fertilidade e liberdade, também passou por um processo de transformação. De uma festa popular que celebrava a liberdade e a inversão das normas sociais, tornou-se um espetáculo comercial, com grandes interesses econômicos e uma busca incessante pela imagem e pelo entretenimento. A crítica à mercantilização do Carnaval revela uma desconexão com suas origens, tornando-se, em muitos casos, uma celebração mais voltada para o lucro do que para a expressão cultural e social.
Por fim, tanto o Natal quanto o Carnaval, em suas versões contemporâneas, oferecem uma oportunidade de reflexão sobre a sociedade em que vivemos. O consumismo desenfreado, que transforma as festas em eventos de compra e venda, não pode apagar o verdadeiro significado dessas celebrações. O poema de Aldemar Paiva, com sua denúncia das desigualdades sociais e da alienação gerada pelo comércio, é um lembrete de que as festas devem ser, antes de tudo, momentos de reflexão, união e solidariedade.
Tudo isso sem falar na Obsolescência Programada
O consumismo desenfreado é um fenômeno impulsionado por interesses mercadológicos que promovem a compra constante de novos produtos, muitas vezes em detrimento da qualidade e da durabilidade dos itens. Essa prática está diretamente ligada à dificuldade de encontrar peças de reposição, à rápida obsolescência dos equipamentos e à necessidade de substituí-los por versões mais recentes. Em uma próxima matéria, abordarei a obsolescência programada, um conceito que expõe como os produtos são intencionalmente projetados para ter uma vida útil limitada, forçando o consumidor a adquirir novos itens e perpetuando esse ciclo de consumo.
Mais políticas sociais e proteção as crianças
A figura do Papai Noel tem um papel fundamental no imaginário infantil, representando a magia, a generosidade e o espírito de solidariedade que o Natal evoca. Para as crianças, acreditar em Papai Noel alimenta a fantasia e os valores de bondade e partilha, essenciais para a formação emocional. Contudo, lamentavelmente, essa figura foi direcionada para um interesse mercadológico que muitas vezes segrega e exclui, transformando o Natal em um período de consumo desenfreado, inacessível para muitas famílias que não têm recursos para atender às expectativas criadas pelo apelo comercial.
O Natal, além de celebrar o nascimento de Cristo, poderia equilibrar o simbolismo do Papai Noel com a realidade do comércio. Governos poderiam contribuir, por exemplo, reduzindo impostos sobre brinquedos durante esse período, tornando-os mais acessíveis a famílias de baixa renda. Além disso, uma política pública voltada para maior assistência às crianças, de forma geral, seria essencial para garantir que todas elas tivessem oportunidades iguais, independentemente de sua condição econômica. O espírito natalino, aliado a medidas concretas, poderia transformar o Natal em uma celebração verdadeiramente inclusiva.
Atenção Deputados e Senadores
Por outro lado, é difícil compreender como um país penaliza uma mãe por educar seu filho com uma palmada (que é totalmente diferente de espancamento ou de surra), mas não endurece as leis contra crimes que envolvem crianças, seja como vítimas diretas ou usadas em práticas criminosas. Esses crimes deveriam ser classificados como superiores ao hediondo, com penas mais severas e implacáveis. Proteger as crianças deve ser prioridade máxima, e a legislação deve refletir isso, garantindo que aqueles que atentem contra a inocência e a segurança delas sejam punidos de forma exemplar.
Finalizando
O futuro dessas festas depende de nossa capacidade de resgatar seus significados originais e de utilizá-las como ferramentas de conscientização, para que o espírito de generosidade, fraternidade e alegria seja mais forte do que os interesses comerciais que buscam descaracterizá-las. A crítica social, como expressa em diversos textos e manifestações culturais, deve ser uma chamada para repensarmos a forma como celebramos e como essas celebrações impactam nossas vidas e a sociedade como um todo. Assim, podemos, talvez, recuperar a essência dessas festas e transformá-las em momentos verdadeiramente significativos para todos.
Toda essa matéria foi fruto de uma pesquisa minuciosa, em cima de todos os textos abordados e em cima do que acredito.
Henrique Melo - Rede Sertão PB
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