Uma grande potência se ergueu tornando-se a mais poderosa força bélica e econômica do planeta. O primeiro lugar em armamentos e a vanguarda da economia global. Mas agora, ao desafiar o mundo, ela se vê num dilema inevitável: ou recua enquanto ainda há tempo, ou seguirá pelo caminho da destruição, da decadência inevitável. Porque nenhum império é eterno. Nenhuma liderança mundial se sustenta no orgulho e na soberba para sempre. A história está repleta de impérios que caíram não pela fraqueza externa, mas pela cegueira interna.
Agora, imagine se o Brasil tivesse dado um golpe… Se uma potência mundial está à beira do colapso ao desafiar a ordem global, o que seria de um país em desenvolvimento, sem os mesmos recursos, sem o mesmo poder de reação? Quantos dos que falam em "autoridade", "intervenção", "força" realmente sabem o que isso custa? Se até Elon Musk, o homem mais rico do mundo, teve que recuar diante das consequências de seus atos, o que dizer de lideranças locais que sonham com autoritarismo como se fosse solução?
E no fim, quem paga o preço? Quando as medidas duras são tomadas, quando o trânsito é fechado, quando a economia balança, quem é que sofre? Não é o poderoso. Não é o bilionário, que tem comida garantida, carro blindado, segurança privada. Quem sofre é o povo. Quem sofre é o trabalhador, é o pequeno comerciante, é a dona de casa. Quando vem a doença, pra onde eles vão? Hospitais de luxo? Claro que não. Quem vai para a fila do SUS? O povo. Quando vem a guerra, quem perde o filho? Quando a recessão atinge em cheio, quem perde o emprego, a dignidade, o pão de cada dia?!
Por isso, é preciso refletir. O poder que se impõe à força, mais cedo ou mais tarde, se desmonta por dentro. E quem paga a conta da ambição de poucos, da prepotência de líderes, é sempre o povo. Que sejamos, então, vigilantes. Que não sejamos massa de manobra para os interesses de quem nunca sentirá na pele o que o povo sente.
Brasil - Anistia
Porque será que a gente só vê essa extrema-direita, ou mesmo a direita, defendendo a anistia. Por que será que isso acontece? O que está por trás dessa defesa tão insistente? Basta olhar com atenção para uma das cláusulas da proposta: nela se afirma que também serão anistiados os mandantes, os financiadores, os organizadores. Ou seja, aqueles que planejaram, incentivaram, coordenaram e empurraram o povo para fazer o que aconteceu no dia 8 de janeiro. Hoje dizem que estão penalizando pipoqueiros, vendedores de algodão doce, gente humilde. Mas a pergunta que não cala é: quem colocou esse povo lá? Quem os convocou? Quem pagou transporte, estadia, alimentação?
Esse povo foi usado. Foi massa de manobra. E, pior ainda, está sendo usado mais uma vez como escudo para proteger quem realmente tinha algo a ganhar. Por trás do discurso de “anistia para os inocentes”, está embutido o desejo de livrar da responsabilidade os verdadeiros culpados, que agora tentam se esconder atrás do povo mais uma vez. O ex-presidente Jair Bolsonaro mesmo deu entrevistas dizendo que “não estava lá”. Claro que não estava. Ele nunca esteve para assumir o risco. Ele queria era ver o circo pegar fogo, para depois colher os frutos caso desse certo. Mas deu errado. E agora, cadê a responsabilidade?
Nunca se vê esse grupo se mobilizando para defender o povo quando é por saúde, por educação, por transporte, por moradia. Mas quando o assunto é livrar a própria pele, aí aparecem todos juntos. A anistia, nesse caso, é só mais um disfarce, mais uma artimanha. E só não enxerga isso quem não quer ver.
Henrique Melo - Rede Sertão PB
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